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Eu tenho uma história (não é sobre fantasmas, é sobre vampiros e
um real) que o meu avô me contou, ou melhor, vive me contando, por que ele adora
contar essa história o tempo todo.
Quando o meu avô era jovem, ele morava na Grécia (a minha família é grega,
imigrantes gregos).
Ele gostava muito de viajar para as vilas vizinhas da vila
dele, para visitar seus amigos.
Meu avôe geralmente saía da casa dos pais dele lá
pelo meio dia, e só voltava no dia seguinte.
Isso porque geralmente ele dormia
na casa dos amigos ao invés de voltar pra casa de noite, porque além de ser
supersticioso, era muito medroso (palavras dele).
Bem, numa tarde ele resolveu ver um amigo em uma das vilas vizinhas, a cerca de
4 km da vila onde ele morava.
Ele tinha que passar por uma estrada que atravessava alguns
campos para chegar lá (e como não tinha eletricidade, não havia iluminação).
No caminho, enquanto ele andava pelo campo, ele viu mais pra frente dele, um velho alto
andando devagar, na mesma direção que ele.
Ele não conseguiu identificar quem
era.
Quando ele chegou perto, o velho se virou e o cumprimentou.
O meu avô (que
na época não era nenhum vovô, apenas um jovem com seus 20 anos) o cumprimentou de
volta pensando o seguinte: "Bem, eu não sei quem ele é, e eu conheço todos da
vila, logo ele é um estranho, portanto, tenha cuidado!"
E eles continuaram a
caminhar juntos.
O velho estranho começou a resmungar e a falar que ele tinha visitado a irmã
dele e que agora estava indo para casa.
"Qual é o nome da sua irmã?" o meu avô
perguntou, e quando o velho respondeu ele pensou consigo mesmo que não tinha
nenhuma mulher na vila dele com aquele nome.
O velho continuou a resmungar e a
falar de pessoas da vila que ele conhecia e fofocava sobre elas, mas o meu avô
não conhecia NENHUMA DELAS!
O velho até falou sobre casas que não existiam na
vila.
O meu avô deu uma olhada a mais naquela figura alta e velha, e percebeu
que o velho parecia estar esgotado, e era muito estranho, muito peculiar.
A uma certa altura o meu avô começou a ficar com uma impressão muito ruim sobre
o velho, presumindo que fosse algum lunático ou coisa parecida.
Outra coisa que
o meu avô pensou era que o velhote podia estar tendo um caso com alguém da vila
e estava contando mentiras para encobertar tudo.
Bem, o meu avô, o corajoso (...), decidiu que era melhor deixar a estranha
companhia de lado, e sair de perto dele o mais rápido possível.
Já estava escuro
e ele já estava ficando muito apreensivo, e não queria arriscar nada.
Então ele falou
para o seu companheiro viajante que tinha que tirar um pouco de água do joelho.
Ele entrou no meio do mato que tinha perto da estrada, e como era muito
corajoso, saiu correndo pelo campo para achar outro caminho.
Mas acabou se perdendo, e como consequência, começou a perambular pelos campos e não conseguia
achar o caminho para a vila do amigo.
Algumas horas depois ele achou que era
melhor voltar para casa.
Sim, ele acabou se perdendo de novo e não achou o
caminho de casa!
Enquanto ele andava por umas plantações de pêssego, ele viu
uma luz à distância.
Chegando mais perto ele viu o que parecia ser uma lanterna
a óleo pendurada em uma árvore, quase coberta por mato.
"Bem," ele pensou "deve
ser alguém da vila trabalhando até tarde na plantação, eu vou até lá pedir
informações".
Então ele se aproximou da lanterna e gritou "Alô? Tem alguém aí?"
Ninguém
respondeu, mas então, por de trás dos arbustos, aparece a cabeça do velho, com
um sorriso maléfico no rosto e os olhos fixos nele.
"Meu caro rapaz, por onde
você andou? Eu achei que tinha perdido você!"
Depois de ouvir isso, o meu avô começou a tremer de medo, convencido de que o
velho era um vampiro, pporque de que outro jeito ele poderia ter chegado onde ele estava
de forma tão rápida?
Impossível! Nem o vento é tão rápido assim (palavras dele!).
O meu
avô virou e saiu correndo, o tempo inteiro olhando para trás, xingando e
gritando para o vampiro, e implorando para ele não segui-lo, o que o vampiro não
fez.
Enfim, o meu avô acabou chegando na vila um pouco antes do amanhecer, e correu
para casa.
A irmã dele (que ainda está viva) lembra até hoje como ele estava
abatido.
Ele não conseguia falar uma palavra sobre o que tinha acontecido com
ele.
Mas será que isso realmente aconteceu com ele, ou ele estava tendo alucinações
impostas pelo medo?
Depende de você decidir. Obrigado por ler a história do meu
avô!
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Leônidas
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